Não foi ontem que a
Zika surgiu. No início do ano passado apareceram os primeiros casos da doença
no Brasil e o governo fechou os olhos. Os núcleos de saúde pouco investigaram.
Até agora o paciente preciso se conformar de que não existe nenhum medicamento
específico que trate a doença. Isso seria compreensível porque a doença vem se
alastrando a pouco menos de um ano. Mas o que dizer da dengue? Eu percebo que
falta dedicação a investigações das causas e sintomas reais dessas epidemias. O
que o governo e a mídia se preocuparam foi em culpar a população pelo desenvolvimento
do mosquito e jogar apenas sobre o cidadão comum a responsabilidade de
combatê-lo. Claro que cada um de nós precisou ter consciência da necessidade de
lutar contra a reprodução do Aedes Aegypti. No entanto, investir apenas nisso
eu considero uma burrice muito ridícula. Não me surpreende se a doença estiver
sendo negligenciada porque atinge mais a camada pobre da população. Falando
sobre isso pode ser uma coincidência que na semana que resolveram definir um
dia nacional contra a Zika, a cunhada do governo de Brasília foi contagiada
pelo vírus. É tão verdade que nossa medicina está atrasada vergonhosamente que
depois que a Organização Mundial da Saúde se ocupou de discutir a questão,
depois de a doença crescer na América, o Canadá já anuncia a produção de uma
vacina contra a Zika que pode está disponível até o fim do ano. Mas até aqui
assistimos que o descaso do governo brasileiro com o mosquitinho estar
resultando em mortes e também talvez nos crescentes casos de microcefalias. A
microcefalia é um problema muito grande para os próximos governos que terão que
garantir às pessoas com tal doença condições dignas para viver. Os hospitais,
as escolas e todas as instituições terão que estar preparadas para receber
estas pessoas especiais e eu pressuponho que elas não estarão.
